Autores

João Batista da Silva Leitão de Almeida Garrett


 Nasceu no Porto a 4 de fevereiro de 1799, onde passou a primeira infância. Aos 10 anos parte com a família para os Açores, onde inicia a sua formação literária, sob a tutela do tio Frei Alexandre da Sagrada Família, bispo de Angra.
Em 1816 ingressa na Universidade de Coimbra, para seguir estudos de Leis. A vivência académica foi determinante na sua iniciação na área política e na filosofia. Ainda estudante, participa no movimento conspirativo que conduziria à revolução de 1820. Paralelamente despontava a vocação literária: no ano seguinte surgia o seu primeiro livro, O Retrato de Vénus, um ousado poema que lhe mereceu um processo em tribunal.
 A revolução foi um breve momento de entusiasmo liberal, logo desfeito pela chegada ao poder da fação conservadora, que apoiava o Infante D. Miguel. Garrett foi obrigado a abandonar o País (entre 1823-26), situação que se repetiria pouco tempo depois (1828-31), na sequência da abdicação de D. Pedro. No entanto, o escritor encontra na circunstância penosa do exílio uma oportunidade intelectualmente vantajosa. A permanência em França e Inglaterra permitiu-lhe conhecer o movimento cultural europeu, na sua dimensão artística e ideológica. A publicação (ainda em Paris) dos poemas Camões e Dona Branca – os primeiros textos românticos portugueses – constitui o resultado mais simbólico e expressivo dessa experiência.
O regresso a Portugal, em 1832, integrando a expedição liberal comandada por D. Pedro, constituiu um momento heroico para o poeta-soldado, que se incorpora no Batalhão Académico; Garrett foi chamado a participar nas reformas legislativas do novo regime, mas pouco depois afastado do poder, sob pretexto de missões diplomáticas no estrangeiro. Voltará à cena política em 1836, no contexto da revolução de setembro, pela mão de Passos Manuel: faz parte das Cortes Constituintes e ajuda a redigir a Constituição de 1838. Além de deputado, desempenha também um papel relevante no programa de educação cultural setembrista, designadamente na renovação da dramaturgia nacional: empenha-se na criação da Inspeção Geral dos Teatros, do Conservatório de Arte Dramática e do futuro Teatro Nacional; no mesmo espírito funda O Entreato – Jornal de Teatros e leva à cena, com grande êxito, a peça Um Auto de Gil Vicente.
Durante os anos 40do Séc.XIX e sob o regime autoritário de Costa Cabral, Garrett destaca-se na oposição; no entanto, o entusiasmo e o fervor militante vão-se exaurindo, perante a instabilidade política, o materialismo triunfante e o próprio desvirtuamento do ideal liberal. Descontente com o devir da revolução, afasta-se da vida pública em 1847. Desse desencanto patriótico dão significativo testemunho algumas obras publicadas neste período, o mais fecundo da criação literária garrettiana (O Alfageme de Santarém, Frei Luís de Sousa, Viagens na Minha Terra e O Arco de Sant’Ana, por exemplo).
Em 1851 regressa ao Parlamento, já sob a acalmia política da Regeneração. Recebe nesta derradeira fase da vida alguns gestos oficiais de consagração: é feito visconde, em 1851 e nomeado Par do Reino, no ano seguinte; chega ainda a ocupar um cargo ministerial (Negócios Estrangeiros), de que seria demitido pouco tempo depois.
Morreu em 9 de dezembro de 1854, depois de uma vida sentimental romanticamente atribulada: um casamento juvenil mal sucedido, com Luísa Midosi; a morte precoce da segunda companheira, Adelaide Pastor, que lhe deixa uma filha ilegítima; e por fim uma paixão adúltera, com a Viscondessa da Luz, celebrada em versos escandalosos.

Principais obras de Almeida Garrett:
- Camões (1825)
- Dona Branca (1826)
- Adozinda (1828)
- Catão (1828)
Um auto de Gil Vicente (1838)
- Romanceiro (1843)
- Cancioneiro Geral (1843)
- Frei Luis de Sousa (1844)
- Flores sem Fruto (1844)
- D’o Arco de Santana (1845)
Falar verdade e mentir (1845)

Viagens na minha terra (1846)



Fica aqui a proposta para visionares uma das suas obras mais conhecidas e que faz parte do plano curricular no 10º ano.
“Frei Luís de Sousa”


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